Symplocaceae

Symplocos itatiaiae Wawra

EN

EOO:

593,433 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com ocorrência nos seguintes estados: RIO DE JANEIRO, município de Itatiaia, Nova Friburgo, Resende; SÃO PAULO, município de Queluz. Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie ocorre no estado de SÃO PAULO.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Mário Gomes
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Arbusto ou árvore de até 7 m, endêmica do Brasil (Romão et al., 2020). Foi documentada em Floresta Ombrófila Densa Altomontana (floresta nebular) e Campos de Altitude associados a Mata Atlântica nos estados do Rio de Janeiro, municípios de Itatiaia, Nova Friburgo e Resende, e São Paulo, município de Queluz. Além disso, também foi registrada sua ocorrência em Minas Gerais, na Serra Fina, um trecho da Serra da Mantiqueira adjacente à Itatiaia (Araha-Filho 2011). Possui distribuição restrita e disjunta, representando um endemismo das partes elevadas (entre 2000 e 2500 m) das Serras da Mantiqueira e do Mar (Aranha-Filho, 2011); além disso, possui EOO=517 km², AOO=20 km², duas situações de ameaça, considerando-se sua presença em duas cadeias de montanhas sujeitas a vetores de stress distintos em intensidade e frequência, e presença em fitofisionomias severamente fragmentadas. Apesar de ocorrer em Unidades de Conservação de proteção integral, como os Parques Nacionais do Itatiaia e da Serra dos Órgãos, sofre a ameaça periódica de incêndios florestais em ambas as localidades, mesmo dentro das áreas protegidas (Aximoff e Rodrigues, 2011). Espécies exóticas como Melinis repens (Willd.) Zizka e M. multiflora P. Beauv. já se estabeleceram em diversos pontos (Porembsky et al., 1998) de ocorrência de S. itatiaiae, afetando sua sobrevivência a longo prazo. S. itatiaiae aparenta ser naturalmente rara (Aranha-Filho, 2011), e apesar da ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Assim, S. itatiaiae foi considerada Em Perigo (EN) de extinção novamente. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de UCs) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Último avistamento: 1997
Quantidade de locations: 2
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Em Perigo (EN) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 EN

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Itinera Principum S. Coburgi 1: 77, t. 4, f. B. 1883. Caracterizada por apresentar copa congesta, folhas patentes de margem com 1--4(--6) dentes de ápice arredondado dispostos inconspicuamente na metade distal, inflorescência glomeruliforme, fruto com 6.5--8 mm de comprimento, lobos do cálice no fruto não cobrindo o disco e semente ondulada em corte transversal (Aranha Filho, 2011).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Campos de Altitude, Floresta Ombrófila Densa Montana
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Detalhes: Árvores a subarbustos de até 50 cm (Shepherd 97-45), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Romão et al, 2020).
Referências:
  1. Romão, G.O., Cabral, A., Santos, F.B.D., Aranha Filho, J.L.M., 2020. Symplocaceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio Janeiro. URL http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14906 (acesso em 10 de março de 2020).

Reprodução:

Fenologia: flowering (Jun~undefined), fruiting (Nov~Mar)

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021
  2. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Ecosystem Profile Atlantic Forest Biodiversity Hotspot Brazil. CEPF Conserv. Int. URL http://www.cepf.net/Documents/final.atlanticforest.ep.pdf (acesso em 31 de agosto de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.2 Commercial & industrial areas habitat past,present,future national very high
Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Ecosystem Profile Atlantic Forest Biodiversity Hotspot Brazil. CEPF Conserv. Int. URL http://www.cepf.net/Documents/final.atlanticforest.ep.pdf (acesso em 31 de agosto de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009)
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
erda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Afloramentos graníticos estão sofrendo um conjunto particular de ameaças, incluindo exploração de pedreiras, mineração e invasões biológicas (Porembski, 2000; Forzza et al., 2003; Martinelli, 2007).
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021
  2. Porembski, S., Martinelli, G., Ohlemuller, R., Barthlott, W., 1998. Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Divers. Distrib. 4, 107–119. https://doi.org/10.1046/j.1365-2699.1998.00013.x
  3. Forzza, R.C., Christianini, A.V., Wanderley, M. das G.L., Buzato, S., 2003. Encholirium (Pitcairnioideae - Bromeliaceae): conhecimento atual e sugestões para conservação. Vidalia 2003, 7–20.
  4. Martinelli, G., 2007. Mountain biodiversity in Brazil. Rev. Bras. Botânica 30, 587–597. https://doi.org/10.1590/S0100-84042007000400005
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.1.1 Intentional use (species being assessed is the target) habitat past,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas Dos Remanescentes Florestais Da Mata Atlântica Período 2016-2017. Fundação SOS Mata Atlântica e Inst. Pesqui. Espac. URL http://mapas.sosma.org.br/site_media/download/Atlas_Mata_Atlantica_2016-2017_relatorio_tecnico_2018_final.pdf
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3.4 Unintentional effects: large scale (species being assessed is not the target) [harvest] habitat past,present national very high
O alto grau de desmatamento da Floresta Atlântica, faz com que os inselbergues percam seus atributos de ilhas. É possível perceber a presença de espécies invasoras que se estabelecem por diversos mecanismos como a abertura de estradas e de clareiras como vias de acesso. Espécies exóticas como Melinis repens (Willd.) Zizka e M. multiflora P. Beauv. já se estabeleceram em diversos inselbergs do Leste Brasileiro. Para proteger esta flora diversa e singular é preciso integrar este ecossistema em todos os planos de ação para a conservação (Porembsky et al., 1998).
Referências:
  1. Porembski, S., Martinelli, G., Ohlemuller, R., Barthlott, W., 1998. Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Divers. Distrib. 4, 107–119. https://doi.org/10.1046/j.1365-2699.1998.00013.x
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.3.2 Competition 8.1.1 Unspecified species mature individuals past,present,future national very high
O alto grau de desmatamento da Floresta Atlântica, faz com que os inselbergues percam seus atributos de ilhas. É possível perceber a presença de espécies invasoras que se estabelecem por diversos mecanismos como a abertura de estradas e de clareiras como vias de acesso. Espécies exóticas como Melinis repens (Willd.) Zizka e M. multiflora P. Beauv. já se estabeleceram em diversos inselbergs do Leste Brasileiro. Para proteger esta flora diversa e singular é preciso integrar este ecossistema em todos os planos de ação para a conservação (Porembsky et al., 1998).
Referências:
  1. Porembski, S., Martinelli, G., Ohlemuller, R., Barthlott, W., 1998. Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Divers. Distrib. 4, 107–119. https://doi.org/10.1046/j.1365-2699.1998.00013.x

Ações de conservação (6):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na Área de Proteção Ambiental Alto Taboão (US), Área de Proteção Ambiental Estadual do Piraquara (US), Área de Proteção Ambiental Fernão Dias (US), Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira (US), Monumento Natural Municipal do Pico do Itaguaré (PI) e Parque Nacional do Itatiaia (PI).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como Em perigo (EN) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Portaria MMA no 443/ 2014. URL http://www.dados.gov.br/dataset/portaria_443
Ação Situação
5.1.2 National level on going
Espécie avaliada como Em perigo (EN) pela segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA, 2016).
Referências:
  1. SMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2016. Resolução SMA No 057. Segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo [WWW Document]. Doe 30-06-2016 seção I. URL http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_urbanismo_e_meio_ambiente/legislacao/leg_estadual/leg_est_resolucoes/Resol-SMA-57-16_2arevisao_especies_flora_ameacadas_extincao_(Revoga_ResolSMA48-04).pdf (acesso em 05 de março de 2020).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira Filho, T.B., Martinelli, G., 2018. Plano de ação nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro., 1o ed. Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G., 2015. Plano de ação nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Centro-Minas – 10 (MG), Território Paraná - 19 (PR) e Território Planalto Sul – 24 (RS).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.